terça-feira, 20 de dezembro de 2016

redemoinho






























a mulher que precisava de voar, distanciava-se cada vez mais da terra. encantara-se pelas estrelas, e, de cada vez que amanhecia e elas deixavam de estar visíveis, a mulher voava mais longe para tentar encontrá-las. depois, cansada, voltava na esperança de descansar nos braços dele. mas também ele era inalcançável, e a mulher que precisava de voar acabava por deitar o seu corpo cansado num abandono de sonhos que ela perseguia com uma rede de apanhar borboletas, como quem tenta prender o nevoeiro.
vivendo de impossibilidades, a mulher que precisava de voar, começou a crescer para dentro do peito, formando um redemoinho de si mesma. quem a quisesse alcançar, teria que arriscar profundidades, entranhas, nudez, alma.












8 comentários:

  1. essa mulher que voa deve ter coisas tão bonitas dentro do peito.
    beijo Ana

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  2. precisará de um espelho ao contrário para poder vê-las, olhos do avesso...
    beijo, Laura :)

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  3. A mulher parece-me é cansada, precisa de "voar" para novas paragens

    beijinho ana da minúscula :)

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  4. Teria que ser inteiro. Mais que corpos, almas entrelaçadas. :)

    Boa noite, Ana bonita. :)

    Deixo-te um beijo no coração. :)

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  5. Da imensa gripe que apanhei, sim estou :) e tu? a tua constipação?

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    1. Que bom! A minha gosta muito de me habitar. Não vai...
      :)

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