skip to main |
skip to sidebar
Todas manhãs e todas noites, pegava com carinho no relógio, e beijava-o.
Naquele dia, de repente, reconheceu-lhe o cheiro, a ele. Então, com as narinas coladas ao visor, inspirou todos os indicios de muitos anos atrás, cada partícula, cada goticula de suor, cada poeira, a pele morena do sol, os morangueiros acabados de plantar, a lapiseira horas a fio na sua mão.
E assim acariciou com o nariz, o mostrador e a pulseira daquele relógio que sempre traz no pulso, à procura do cheiro do seu pai.
Mas é a temperatura da mão dele e a suavidade da pele que se fazem presente, sempre. Como neste momento.
Sem comentários:
Enviar um comentário