Todo este ar limpo sobre o rio!
Ouve a mulher dizer a quem enche o peito de leveza e a alma de
azul infinito. Mas ela, que todas as noites tem de prender a alma à perna da
cama para que não a perca nos meandros dos sonhos, é com cautela que sai para a
rua. Toda a vida lutou consigo mesma para trazer os pés bem assentes na terra,
e, agora que o céu exibe desmesuradamente todo aquele azul, metade dela anseia
por chão, outra metade por voo, num desatino constante.
Todo este azul, todo o ar limpo, toda esta sensação de estar presa (e estamos) faz-me recear que, a necessidade de pé no chão e alma em voo livre, se pague caro.
ResponderEliminarMelhor ir com cuidado.
Boa noite :)
Eu não vou a lado nenhum...
EliminarFeliz dia, NN :)
"Prender a alma à perna da cama"...muito bom!
ResponderEliminarE o que faço à minha quando quer escapulir a meio do dia?
~CC~
Sugiro que a traga sempre amarrada ao tornozelo.
Eliminarjá te disse que a minha é como um grande cão negro sem trela? mesmo assim, nã vamos a lado nenhum
ResponderEliminare anda à solta?
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