segunda-feira, 27 de abril de 2020

um poema para mim (corona um mês e doze dias)













pego na pena e nã perco tempo,
num acto mais de fé que juízo.
vai ser canja, trigo limpo
Já tenho um verso, quantos mais preciso?

vou escrever mais um, ou dois
a mais não me habilito
carago, nada rima com dois, ou três
nem quatro. nã faço nada direito

porque terei dito que sim
quando nem sei o que digo
versejar nã é para mim
até na prosa sou um perigo

parece uma boneca russa
pandemia dentro de pandemia.
precisava de uma musa
e uma pastilha para a azia.

vou por ali no fundo les boréades
e uma figura bonita.
são tempos de adversidades
o título é só troglodita.

suspeito que nã vais gostar disto
lança-me enguias eléctricas e pirilampos
e sei lá que mais, talvez um feitiço
ou uma praga de sarampo.

mas perdoa este mau jeito
a intenção foi sempre boa.
termino por respeito
e prometo nã dizer sim à toa.










10 comentários:

  1. ahahahah
    O mê afilhado mailindo quinté, é um poeta

    Boa noite

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  2. É isso mesmo, Ana!
    Assim é que é bonito, pois sempre ouvi dizer que, "Amor, com amor se paga." :)

    Um abraço para si e outro para o autor Man(u)el Cigano.

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  3. deuses do céu... rimar piralampos com sarampo...

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    Respostas
    1. eu nunca me lembraria dessa rima, mas já apontei...

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  4. Ana, rime 'pirilampo' com 'sarampo' que já rima...ahahahah

    Tenho cá para mim que era essa a ideia do poeta, mas garganêro, não se contentou só com um pirilampo, e foi no que deu... :)

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