sábado, 21 de abril de 2018

o sofá









foi quando finalmente as minhas lágrimas encontraram uma forma de aliviar a minha alma, que eu disfarcei a humidade líquida no meu rosto de todas as maneiras que me foi possível. era sobretudo cansaço, um grande cansaço, como diz o poeta, e uma enorme impotência perante o homem tão longe e doente, e a amiga tão próxima e doente. então, vim para casa e descobri que o sofá da sala é o melhor sítio para se estar, fiz uma tosta de queijo regada com azeite e orégãos, tomei o resto do espumante, já aberto na garrafa há duas semanas, por uma chávena de chá, estiquei as pernas para aliviar as varizes, e, caramba, descansei. a voz do homem-terra ainda me ecoa na cabeça 'tu não podes viver os problemas dos outros. não são teus'. eu sei, se sei, passo a vida a pregar isso aos outros, mas bolas, é ele e é ela. 
o sofá da sala é o melhor sítio do mundo para se estar. asseguro-te










7 comentários: