o uso da escrita

reparo que me faz mal o que leio nos blogues cujos autores, na minha opinião, são os que melhor escrevem. os textos são límpidos e crus, mostram o que de pior nos traz a vida, o desencanto, o desespero, a desesperança, a tristeza, a angústia, a desistência. 
lembro-me de um actor que dizia que é muito mais fácil fazer alguém chorar do que rir. talvez na escrita também seja assim, mais fácil desesperançar do que esperançar.

ontem, antes de adormecer, pedi aos meus guias que me ensinassem a trazer esperança para os tristes, alegria se possível. na noite sobrepovoada de sonhos, não consegui ver a resposta. hoje, enquanto olho o mar de tão azul que está, que só podia ser esse o nome daquela praia, repito o mesmo pedido. faltam-me as palavras, falta-me a fluidez, mas por todo o lado a natureza fala e mostra que não é obra do acaso, que cada planta, cada areal, cada maré, traz uma lição. não nos tivéssemos nós distanciado tanto dela, de nós, e não precisaríamos de tanta explicação.