o jardineiro de pessoas abeirou-se da mulher que lava o
futuro nas margens do rio
a minha profissão tem feito com que eu assista ao degradar
da condição humana, e quando eu vejo aqueles corpos a esvaírem-se de vida, fico
a pensar se a alma partirá para algum lugar depois de deixar o corpo
a mulher que lava o futuro nas margens do rio mergulhou o
seu olhar no do homem inquieto e contou-lhe do que sabia e do que viu nas almas
já desprovidas de corpo que encontrou nas viagens pelos mundos fora do mundo
mostre-me mais, leve-me consigo
murmurou o homem que leva os dias ajardinando pessoas
difíceis são as viagens quando a distância vem de dentro do
peito, todas as outras são possíveis
são difíceis, sim. às vezes nem eu sei em que parte do mundo me perdi, mas continuo a procurar-me. talvez seja esse o sentido. :)
ResponderEliminardeixo um beijo no teu coração, ana bonita. :)
Nunca deixes de procurar por ti, menina bonita.
EliminarQue o dia te seja Bom.
Beijo-te
Este texto, poético e muito bonito, lembra-me a Blimunda, do Saramago, que vi as pessoas por dentro e recolhia vontades, o Eduardo Mãos de Tesoura, os versos do Jorge Sousa Braga - «É tão difícil guardar um rio/ quando ele corre dentro de nós» ou, embora siga em sentido contrário, o poema da Yvette Centeno:
ResponderEliminarChegaste
com a tua tesoura de jardineiro
e começaste a cortar:
umas folhas aqui e ali
uns ramos
que não doeram...
Eu estava desprevenida
quando arrancaste a raiz.
Bom fim-de-semana, ana. :)
Muito obrigada, deep. Que comentário tão bom...
EliminarBom domingo!
Beijo :)