domingo, 10 de dezembro de 2017

alívio








A mulher que dizem que carrega uma doença, está com um ar luminoso e um rosto radiante. Encontro-a na cozinha a preparar o seu remédio de fitoterapia.
- sabes
Explica-me, enquanto junta num copo colherinhas de diferentes pós.
- primeiro tratou-me das dores, depois fortaleceu-me, levou muito tempo... e só agora começamos a tratar a doença. É assim como se dessem prioridade à pessoa e a partir daí, à doença. Quando ele viu os tumores, disse 'isso é para sair', perguntei-lhe 'com cirurgia?' e ele, com expressão indignada, disse-me 'não! Com fitoterapia.' e é ele que faz praticamente todos os remédios. Os outros médicos ficam admirados quando me vêm. Como se não esperasse que eu ainda estivesse viva.
Na sala, as amigas defendem a mesa de jantar dos seus sete gatos, enquanto levamos a sopa.
- ficaste com dores na última aula?
Pergunta-me
- sim, no pescoço...
- ah...ainda bem. Eu também e fiquei a pensar se não seria algo novo...
Eu também respiro de alívio. Também eu tinha ficado a pensar...













2 comentários:

  1. Longe de mim duvidar da eficácia de certos pós...ou da recusa, por opção, da medicina tradicional, mas no caso do cancro (bicho ruim), é muito comum que uma coisa (convencional) se alie à outra (não convencional), num pacto que me parece muito sensato. Será que a sua amiga já pensou nessa hipótese?
    ~CC~

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    1. Sim, CC, ela também passou por esse processo e é acompanhada por médicos convencionais.
      Bom resto de domingo

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