domingo, 10 de dezembro de 2017

sabe?














- Eu sabia
Dizia-me a Guilhermina
- Que humaniza-lo seria um risco. Eu vivia-o tão bem no que eu sentia dele dentro de mim...
E o olhar da Guilhermina enevoa-se em paisagens que eu não vejo
- Depois vieram os pormenores, aquilo que faz de nós carne e osso, pele e sangue, desejo e vazio, espaço e tempo. Então, ele começou lentamente a tomar forma, e um dia tinha-o ali, humano, gente, pessoa, corpo, voz, cabelo, unhas, sabe? Perfume e cor. Quanto mais se aproximava, mais se distanciava, mais inacessível do que nunca, e eu mais distante do que os sonhos, daqueles que quando acordamos começam a apagar-se-nos da memória e vamos a correr escreve-los no primeiro pedaço de papel que encontrarmos, para que a noite não seja apenas um lugar negro e só.

















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