quarta-feira, 18 de outubro de 2017

acordo









a mulher sentada no chão fala da sua relação com o antigo companheiro e diz que está consciente de que no tempo em que esteve com ele, ele não cresceu, que se recusa ter mais do que 12 anos, que agora que está doente, ele não está ao seu lado, e, que sabe que não pode esperar nada dele no futuro. garante ela, que tem sido assim ao longo de todas vidas em que se cruzaram. mesmo assim, diz ela, não consegue deixar de o querer. ela queria que ele concluísse as suas conclusões, que aceitasse as suas aceitações, que coincidisse nas suas esperanças e que o seu afecto acontecesse na sua carência. mas não é assim. vivem desencontrados de tempo, de quereres, de interesses, de vidas. ele seguindo a dele, ela abafando uma esperança.
mas sabendo ela que assim é, não sabe o porquê de assim ser. eu, que ouço os seus dizeres, esperava uma explicação para o meu sentir, que sabendo que não tem sustento, não sei porque persiste.
quem primeiro tiver uma resposta e uma solução inabalável, partilhará com a outra.












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