quinta-feira, 3 de agosto de 2017

recomendações para quem vai de férias enquanto fico no sítio do costume a trabalhar como uma negra:










- não exibam fotografias de pernas esticadas ao sol, pés dentro de água, unhas pintadas em sandálias coloridas, vestidos soltos em corpos bronzeados nem selfies sorridentes em romances idílicos. não suporto e faz-me ficar como fiquei naquele post que me pôs na lista negra de quem eu não esperava.

- também não quero ver fotografias de caras sorridentes segurando aqueles copos que parecem de gin, com um líquido cor-de-rosa lá dentro onde bóiam umas pedras de gelo e não sei mais o quê. fico sem saber se é o liquido que faz as pessoas felizes ou se são as férias, mas de qualquer maneira quando eu vejo isso volto a ficar como naquele post, vocês sabem qual.

- não quero saber de hotéis nem resorts nem parques de campismo nem de turismo de habitação e muito menos de caminhos percorridos com mochila às costas, sem horas, nem dias, nem planos para regressar. não quero, fico como naquele post, já disse.

- não me falem em museus nem exposições, muito menos em resmas de livros lidos na praia ou na sobra de uma esplanada ou mesmo na quietude de um quarto de hotel, ou, pior ainda, na beira de um rio enquanto descansam da caminhada sem destino nem horas, sabem como eu fico, pois sabem.

- não quero ler sobre céus estrelados e temperaturas amenas nem passeios ao luar, não quero saber nada disso, fico neura e furiosa, pois fico assim.

- sobretudo não quero nem ter consciência de que há quem esteja a trabalhar e continue a ter rendimentos e ainda por cima lhes pagam a dobrar. isso é que nem posso mesmo pensar porque dá-me urticária e estou proibida de me coçar. é um sofrimento, e nem aquele post consegue explicar como fico.

- podem contar de como é difícil voltar de férias (esta palavra também é proibida), e a violência de recomeçar a trabalhar, pois desse mal eu não sofro.

- não sou boa pessoa, pois não.

[claro que este post nem é ideia minha mas começou aqui, li ali, e resolvi escrevê-lo porque este também o fez, e tudo teve origem neste.]

- p.s: não mencionem sequer as férias de anos anteriores, a não ser que tenham sido uma catástrofe.

- p.p.s: as vírgulas que faltam no texto e eventuais correcções ficam a cargo de quem está de F*#$"@











15 comentários:

  1. quero estar solidário... mas fui obrigado a ficar de f*#$"@, ninguém me quer em agosto, é como aqueles animais de estimação que ninguém sabe a quem deixar... mas se te anima, mal sai de casa, e nã há planos pra sair :)

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  2. Agosto costumava ser o mês em que eu era coroado rei da cidade. As ruas eram minhas, os jardins eram meus, as matas em que me metia a correr de madrugada curvavam-se em reverência ao seu senhor solitário.

    Agora já não é bem assim, há 2 agostos que o dicionário me ensina o significado e abrangência do termo 'herdeiros do trono'. E, por sua vez, isso obriga-me a ir ao sistema aprender a redefinir o significado de 'f#%"%S'.

    E pronto, acho que não quebrei nenhuma regra enunciada aqui, apesar de me sentir tentado a mostrar o verniz das minhas unhas dos pés ;)

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    1. Talvez abra uma excepção para as tuas unhas...
      Acho que me posso adaptar ao teu agosto e ser rainha, também:)

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  3. f*#$%as?!?

    é algum vírus?

    desconheço.

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    1. Estás limpa. Podes ficar.
      (beijo, flor)

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    2. :/

      às vezes penso, se pudesse ter férias agora, o que faria? na verdade, já nem sei se quero ter férias. o que queria era nascer outra vez.

      beijo, ana bonita.

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    3. e viver tudo outra vez... que canseira, flor...
      se eu pudesse ter férias, ia para um lugar junto ao mar ou em frente a um lago, e não fazia nada, ficava simplesmente.

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  4. ...eu que pensava que ficavas a trabalhar como uma moura...damn you!

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    1. como uma negra em tempo de escravatura, Goti :)

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    2. ...vivemos numa escravatura mais refinada.
      Quanto às férias, bem precisava de férias era de mim.
      Beijo daqui até aí ;)

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    3. eu preciso regressar a mim :)

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