começou com um 'vê se falas com ele...diz-lhe isso...', para passado algum tempo se tornar num 'ele só te ouve a ti... só faz o que tu dizes... só te tem respeito a ti... tens que ser tu', e de repente comecei a sentir que me tornava mãe do meu pai.
hoje, enquanto assisto também ao envelhecer da minha mãe, e também ao meu, naturalmente, sinto de modo diferente o que, naquela altura foi para mim uma angústia brutal, mesmo brutal - o fazer o papel de mãe do meu pai. comigo trago a gratidão de o ter podido ajudar, e, de todo o esforço que foi na altura, a memória que tenho mais presente desse tempo, é a da maciez e da temperatura morna, da sua mão apoiada na minha. ao aceitar ser cuidado, o meu pai permitiu-me mostrar-lhe o meu amor por ele, o reconhecimento e a gratidão. ao vedarmos aos outros a nossa necessidade de ajuda, de amparo, estamos por vezes a impedi-los de crescer, de manifestar amor, compaixão, estamos a fechar portas a quem nos rodeia, e a não permitirmos a partilha, o retorno.
espero que um dia façam o mesmo por mim, se for preciso...
ResponderEliminarrevela bem o teu carácter
Bom fds
Dar para receber
ResponderEliminarKis :=}
Imagino que não deva ser fácil trocar os papéis. Penso muitas vezes nisso e temo não ser capaz de ser a mãe dos meus pais.
ResponderEliminarUm beijinho, ana.
diz o povo, 'filho és, pai serás...' :)
ResponderEliminarbom domingo, conta corrente
beijo :)
ou dar por amor :)
ResponderEliminarbom domingo, AvóGi :)
o ideal é não ter que ser, mas sendo, considera um privilégio, um acto de amor, de parte a parte. porque saber receber também é amar, e mais difícil do que saber dar :)
ResponderEliminar(parece-me que me embrulhei toda :))
beijinho, deep, e bom domingo
o meu filho com mais vinte anos que eu dá-me muito trabalho... e despesas. já pensei que se ele tivesse cinco netas, podia tentar ser melhor avô do que filho...
ResponderEliminarse te apresentas com essas intenções à eleita do teu coração, ela foge...
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