é de gratidão que se trata. e sinto um dilatar no peito como se não tivesse espaço para tanta.
enquanto junto o sal à cebola e cenoura que já estão na panela, sinto o mar escorrer-me das mãos, com toda a frescura, azul, vida e força, sinto o poder do alquimista e páro o movimento, amparando em concha, aquele alimento que se transforma à minha frente. peço que aqueles animais que morreram sejam dignificados ao tornarem-se vida outra vez noutras vidas. que a morte deles não tenha sido em vão, que as vidas se tornem livres, agora, sendo conforto e prazer noutras vidas.
é de gratidão que se trata, poder transformar a morte em vida, poder renovar o ciclo, poder recriar, poder alimentar.
agradeço também às folhas de hortelã que misturo na limonada e peço-lhe que tragam amor e paz a cada gole deles, que tragam compreensão e comunicação.
agradeço também pelo repouso, aos lençóis brancos da minha cama, enquanto os aliso com as palmas das mãos bem abertas, e vejo-te nela do lado de dentro do meu peito, a cada amanhecer, a cada anoitecer.
é uma bela gratidão, gostei pra lá de muito...
ResponderEliminare eu gosto quando dizes - gostei pra lá de muito - faz com que valha a pena :)
ResponderEliminarque bela a tua gratidão, Ana,
ResponderEliminarque pura e que envolvente...
obrigada Laura :)
ResponderEliminargenerosidade tua...
beijinho