lembra-se daquela mulher sentada à sua frente, dizendo-lhe naquela voz serena e pausada - quero saber o que as cartas têm para me dizer - e os olhos pousados nela. aquilo não era uma pergunta e ela precisava de uma, por outro lado, aquela mulher de olhos azuis, calmos e profundos, tinha as
respostas, os caminhos, a visão. a mulher misturou as cartas, deu-as a partir e pousou cinco na mesa - está aqui um caminho com avanços e recuos, com conflitos internos. o sentido é o certo, mas vai haver dúvidas, retrocessos, para logo a seguir acontecer um passo em frente, uma evolução. isto vai-se repetir inúmeras vezes. - a mulher calou-se, olhou para a outra que tinha escutado em silêncio e que anuía, agradecendo. - os olhares juntaram-se numa cumplicidade antiga - eu é que te agradeço, esta mensagem é para mim. foi a primeira vez que se encontraram.
o outono e o inverno são tempo de reflexão - diz-lhe o homem-terra - de integração, de repouso. usa-o. e ela, naquele distanciamento inesperado, sabe, que tem que mergulhar em si, reencontrar os seus passos, ouvir de dentro. encontrar as perguntas certas.
Ah sim! Sem perguntar certas não há respostas aceitáveis.
ResponderEliminarpoia poia, e mesmo assim...
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