domingo, 22 de novembro de 2015

perguntas


























lembra-se daquela mulher sentada à sua frente, dizendo-lhe naquela voz serena e pausada - quero saber o que as cartas têm para me dizer - e os olhos pousados nela. aquilo não era uma pergunta e ela precisava de uma, por outro lado, aquela mulher de olhos azuis, calmos e profundos, tinha as
respostas, os caminhos, a visão. a mulher misturou as cartas, deu-as a partir e pousou cinco na mesa - está aqui um caminho com avanços e recuos, com conflitos internos. o sentido é o certo, mas vai haver dúvidas, retrocessos, para logo a seguir acontecer um passo em frente, uma evolução. isto vai-se repetir inúmeras vezes. - a mulher calou-se, olhou para a outra que tinha escutado em silêncio e que anuía, agradecendo. - os olhares juntaram-se numa cumplicidade antiga - eu é que te agradeço, esta mensagem é para mim. foi a primeira vez que se encontraram.

o outono e o inverno são tempo de reflexão - diz-lhe o homem-terra - de integração, de repouso. usa-o. e ela, naquele distanciamento inesperado, sabe, que tem que mergulhar em si, reencontrar os seus passos, ouvir de dentro. encontrar as perguntas certas.














2 comentários: