quinta-feira, 3 de setembro de 2015

três de setembro
































a mulher olha para o calendário no cantinho inferior direito do computador. é dia três de setembro, o tal mês. ainda vai no início e parece que já passaram, pelo menos seis meses. é uma montanha russa. a vida tem-lhe dado e tirado nestes dias com uma rapidez estonteante. o desapontamento alterna com a esperança à velocidade daqueles carroceis em que ela não entra nunca, de que tem pavor. os dias têm sido murros no estômago logo seguidos por cataplasmas e massagens revitalizantes. ela nem percebe que circunstância vive, que perspectivas tem, quais riscos deve prevenir. então, escolheu olhar só para um lado, em vez de ganhar um torcicolo como quem assiste a um jogo de pingue pongue. resolveu valorizar o que recebe, e então vê bênçãos, saúde, melodias, poemas, o coração que se abre, os dias que se ajeitam, exemplos que se cruzam, conhecimentos que se oferecem, a maresia por todo o lado, as suas cada vez menores necessidades, Ele que lhe dá a mão, que não se cansa de colocar os anjos pelo seu caminho, a capacidade de ver, os passos que se sucedem uns atrás dos outros, esta gratidão toda no peito, o lugar comum 'o que não me mata, fortalece-me'. 

















2 comentários:

  1. Há que escolher olhar sem medos, tanto para um lado como para o outro. :)

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  2. é verdade Luisa, existem os dois, os dois fazem parte, mas às vezes é preciso uma folga :)

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