domingo, 26 de julho de 2015

pernas para que te quero


























é mais um recomeço. ou tipo isso. aquela mensagem, que ela sempre recusou, repetidamente fazendo-se ouvir dizendo 'o teu caminho é para ser feito sozinha. sozinha e descalça', tornava-se visível outra vez. é a partir de dentro dela que tem que partir. partir e regressar. não é pêra doce, diz ela, não é mesmo. naquele circulo, naquela tarde, tudo se confirmou mais uma vez. o seu oráculo, as mensagens dos mestres nas viagens, tudo. naquela noite os pesadelos voltaram, o corpo doeu-lhe, as pernas pesaram ainda mais. deitou-se e rezou, por favor, sabem do que preciso. hoje, zelem por mim.
a vida é estranha, aproxima e afasta, quando pensava que estava a chegar, viu que se tinha esquecido das suas pernas e caminhava com as dos outros. tem que recomeçar mais uma vez, de novo.

lá fora, no parque, ouve-se semelhante barulheira. é uma voz de homem que anuncia os participantes de um torneio qualquer. os carros passam, as gaivotas guincham, a música toca alto sem se importar que é domingo e alguém ali perto precisa de descansar, uma criança passou a noite febril e precisa dormir, uma mãe tenta recuperar o sono, uma mulher procura seu rumo dentro de si. é domingo aqui na vila. 
















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