Dizes-me que tudo na vida acontece como terramotos, de repente e aos tropelões. Telefonas para te despedires, dizes que pressentes que vais morrer. Apareceu-te tudo assim, de repente, os olhos falham-te, diabetes e a tua perna não para quieta toda a noite, descontrolada não te deixa descansar. E as depressões, esse abismo constante em que vives, sobrevives, somas dias.
Rio contigo, desvalorizo, p, não és só tu, toda a gente passa por isso, há casos tão piores… não minha amiga, eu sinto, é um terramoto, tudo acontece em terramotos na vida. E a tua mãe, p, desnorteada. Foste visitá-la e ela, além de não te reconhecer como de costume, desnorteada. No espaço, no tempo, perdida…o alzheimer é o sarcasmo da vida, dizes que se tivesses como, arrancáva-la desse sofrimento. E eu lembro, lembro mas não te conto, de ter lido o Júlio, sobre a mãe dele, que tinha remorsos de não a ter ajudado a morrer quando ela, ainda lúcida, lho tinha pedido.
Ouço-te e quase que não encontro palavras para te trazer para o lado de cá.
Hoje o telefone tocou…p, és tu. Tu com todas as tuas inseguranças, infundadas, no meio de ‘minha amiga, achas que é bom? Achas que pode interessar a alguém?’, e a tua preocupação é um alívio para mim. Sim p, é muito bom. E penso, mais um dia, um dia de cada vez.
Não costumo comentar para apenas dizer "excelente", mas desta vez não pude evitar.
ResponderEliminarBom fds
obrigada Carlos. bom fim de semana para si, também
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