quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Húmus

 




Chora, criança pequena, chora. Verte em lágrimas a vida vencida, dia após dia, ano apos ano. Derrama para a corrente que tudo lava a fragilidade mascarada, as tuas pegadas solitárias na incerteza do caminho. 

Chora, criança pequena, chora esse desamparo de outras vidas, toda a instabilidade das marés. 

Chora, criança pequena, chora. Desaba, estende a mão num apelo. 

E então, faz-te húmus. Recria-te.











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