Senti o frio naquele banco de jardim, ao cair da noite. O corpo arrepiado por baixo do vestido solto que me acompanhou nas horas do calor mais quente, e agora o frio, querendo eu que se demorasse, que me arrefecesse a carne e as veias, os pés ardentes.
O vento, vindo do sul, frio, depois de dias nortenhos abafados pelo calor sufocante de latitudes quentes. O mundo ao contrário.
Passaria o meu braço pelos teus ombros, se pudesse
Disse o homem matreiro, sentado a meu lado
Eu aceitaria um braço sobre os meus ombros, se pudesse, mas não aquele. Um braço morno na pele fria, carne pulsante na minha equilibrando o frio da noite, e um ombro, onde descansar por momentos a insistência em não ser derrotada pelos atropelos dos dias.
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