O que aqui lhe relato, forasteiro, é esta circunstância de a minha alma regressar ao meu corpo, todas as manhãs, aos trambolhões.
Diário de um corpo dentro de uma máquina da roupa:
Hoje colocaram-me num programa para lãs, mais suave e mais lento. Mesmo assim demorou 15 minutos a libertar-me. Quando coloco os pés no chão sinto-me um marinheiro que passou largos meses no mar e desequilibra-se em terra firme.
Tratar da horta também é um problema. A cabeça parece embarcar nas nuvens em vez de ancorar os pés na terra e os caracóis tomam posse das pencas e dos corações, sobretudo do meu.
Perante isto tudo o criador continua a brincar com as cores, como se nada se passasse, nem em mim, nem no mundo. Vai uma foto do momento para comprovar...
É isto.
Muito obrigada pela sua atenção.
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