quarta-feira, 10 de março de 2021

Carmim (corona - temporada 2 - dia 56)





Meu querido,

O dia cresce em carmim perante os meus olhos. As frésias na varanda disputam a cor com o céu e os amores perfeitos assistem a essa disputa com o sorriso de sempre.

Fazes-me falta. Falta-me essa mão, que sem tocar a minha, me conduzia pelos caminhos da poesia, da malícia, descortinava mundos para me enriquecer, firmava os meus pés na terra. Palavra atrás de palavra construíamos mundos onde nos despíamos e alegrávamos e onde as reticências eram os pequenos seixos que marcavam o caminho de regresso...

Criatividade, meu querido, que fazias germinar em mim. E haverá semente melhor para se depositar numa alma?

Entretanto o carmim diluiu e o dia tornou-se pálido, como tantos caminhos que traçamos.









2 comentários:

  1. Para quem precisa de uma mão que a conduza pelos caminhos da poesia, este texto está muito poético.

    Vamos lá ver se o «querido» volta.
    A mim também me dava jeito.
    :-)

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    Respostas
    1. Fez-me rir, Janita :)
      Às vezes voltar não é o mesmo que estar perto.

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