Sempre me intrigou aquilo que eu considerava presunção dos
padres em dar aconselhamento para o matrimónio aos jovens noivos. Pensava eu
que a suposta falta de experiência em relacionamentos não lhes dava autoridade
nem competência na matéria.
Hoje, compreendo o que dizem sobre frei Tomás, e percebo que
a capacidade de ensinar a teoria não implica uma prática por parte de quem a
prega. O que não deixam de me causar algum desdém as palavras proferidas sem um
prévio sentir na pele, sem o reconhecimento das gotas de suor na vivência das
angústias e das dúvidas.
Por isso hoje, leio-te impávida, serena, e assimilando o que
me serve. Sabendo que o que apregoas é fruto de estudo e pesquisa aprofundados.
Mas sobre a vida, sobre o corpo que acorda a rumorejar por não encontrar espaço
nesta realidade onde habilmente te movimentas e onde seduzes, sobre os pés
descalços na terra na esperança de criar raízes, para que qual árvore antiga, não
me perca num espaço onde só cabem ideais, sobre isso, nada sentes, apenas
sabes.
Falar do que nunca se viver pode ser um erro. Mas quem pode ter o dom da verdade?
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Um dia feliz
é a dúvida de sempre.
EliminarBom dia, Ricardo