terça-feira, 2 de junho de 2020

para ti, que escreves dos dedos para fora








Sempre me intrigou aquilo que eu considerava presunção dos padres em dar aconselhamento para o matrimónio aos jovens noivos. Pensava eu que a suposta falta de experiência em relacionamentos não lhes dava autoridade nem competência na matéria.

Hoje, compreendo o que dizem sobre frei Tomás, e percebo que a capacidade de ensinar a teoria não implica uma prática por parte de quem a prega. O que não deixam de me causar algum desdém as palavras proferidas sem um prévio sentir na pele, sem o reconhecimento das gotas de suor na vivência das angústias e das dúvidas.

Por isso hoje, leio-te impávida, serena, e assimilando o que me serve. Sabendo que o que apregoas é fruto de estudo e pesquisa aprofundados. Mas sobre a vida, sobre o corpo que acorda a rumorejar por não encontrar espaço nesta realidade onde habilmente te movimentas e onde seduzes, sobre os pés descalços na terra na esperança de criar raízes, para que qual árvore antiga, não me perca num espaço onde só cabem ideais, sobre isso, nada sentes, apenas sabes.







2 comentários:

  1. Falar do que nunca se viver pode ser um erro. Mas quem pode ter o dom da verdade?
    .
    Um dia feliz

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