quinta-feira, 2 de abril de 2020

dos pardais e dos melros e das gaivotas(corona18)







com as gaivotas foi fácil. bastou chegar à varanda e dizer-lhes
isto aqui não é para vocês! é só para os pequeninos
e elas nunca mais voaram rasando a porta
mas desta vez, foram os pardais e foram os melros. depois de lhes dizer e mostrar que não quero que continuem a vir cá comer, continuaram a empoleirar-se em tudo o que encontraram de mais próximo do meu olhar, com um ar de alma penada, esfomeados, miseráveis.
segui o conselho do Nada. atirei a aveia para o parapeito da entrada do prédio e aliviei o peso da minha consciência alada














5 comentários:

  1. Respostas
    1. Obrigado Mau-tempo =D
      (principalmente pela parte do moça que ai jasus que soube a que me tiravas uns anos valentes de cima...muito agradecida)

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    2. obrigada, Hury, mas um ser feminino nunca é Nada, será sempre Tudo

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  2. Viva a seguir maus conselhos e criar má vizinhança!!! Yeahhhh
    Maaaaas...os pardais e melros serão teus eternos fãs e podes dormir sem peso na consciência
    (e os vizinhos só te vão poder tentar bater quando acabar a quarentena...até lá eles esquecem-se =P)

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    1. :)
      Prezo insetos mais que aviões.
      Prezo a velocidade
      das tartarugas
      mais que a dos mísseis.
      Tenho em mim
      esse atraso de nascença.
      Eu fui aparelhado
      para gostar de passarinhos.
      Tenho abundância
      de ser feliz por isso.
      Meu quintal
      É maior do que o mundo.
      Manoel de Barros

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