quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Cascas

 




À medida que caminhava, ia soltando cascas, daquelas como a dos eucaliptos. Começava a soltar-se numa ponta e depois ia caindo por ela abaixo, descascando-se. 

Não era trabalho fácil. Largar o subtilmente imposto pela sociedade, pela religião, pela moral desenhada por interesses camuflados e pelos dedos apontados. Largar as máscaras, os muros e as entraves. Tudo o que condiciona e maquilha de algo aceitável aos olhos de alguns, de muitos alguns.

Mas ela lá ia, descascando-se, até que fique apenas ela, nua de conceitos e preconceitos. Apenas ela, e as suas genuínas intenções e emoções. Terra nua, fértil, livre, inofensiva. Aprendendo a respirar de forma diferente, e a ser.









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