quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

desengonçada

 




até o silêncio está gelado.

a minha mão direita encontra a mão esquerda. coloco-as no rosto para sentir-lhes a temperatura. elas escrevem e apagam o que tento escrever. 

daqui, vejo o meu cabelo que cai, em frente aos olhos, e a árvore de natal, meio desengonçada, já fora de época.

cada vez que o Homem cria, acrescenta um pedaço ao mundo, diz a mulher que ouço. 

já a criatividade desta que vos escreve ficou perdida num oco que se instalou por tantas palavras caladas fingindo que não se sente.








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