A minha atenção dedicada ao telemóvel distrai-me do que se passa na minha boca - do sabor da manteiga derretida no pão com mel, do labor das abelhas, o aroma da nata extraída do leite, os campos, o sol, o vento, o frio, as pessoas, os comerciantes, o tempo. Tudo reunido aqui neste acto de mastigar enquanto vejo nonsenses nas redes sociais.
Passamos pela vida e não a sentimos, sempre à espera de algo maior. Mais dinheiro, melhor trabalho, um carro recente, um amor para sempre, a roupa da moda. À procura do futuro, escapa-se o presente. Na ânsia de um amor que dure, da garantia e da segurança, rejeitamos a aprendizagem da incerteza, da alegria fugaz, da leveza do dia, dos passos, aprendendo o equilíbrio em terreno incerto.
Sem comentários:
Enviar um comentário