entretanto, por aqui, vejo os olhos das mulheres brilhar, quando se encontram por acaso no corredor do supermercado. paradas, com cerca de um metro a separá-las, esse tipo de muros que gritaram tanto que não se construíssem. falam. falam como se com as palavras quisessem galgar aquele espaço entre os corpos, aquele espaço que faz crescer a saudade, aquele espaço que salva e que mata lentamente.
tempos tão difíceis estes...
ouço a mais nova dizer, enquanto a outra salpica de alegria e fé o facto de se encontrarem ali, de estarem vivas ali, de o futuro poder ser possível.
de máscaras a esconder metade do rosto, as mãos ansiando pelas mãos da outra, a mais nova explode um
não temos nada... quero abraçá-la...
e rompe o espaço, e encosta o rosto coberto, e os braços rodeiam o corpo da outra num laço apertado, e afasta-se com os olhos alagados em lágrimas
tempos tão difíceis estes
Caramba, que emocionante um abraço...já não sei qual é o maior perigo, se a sua presença ou a sua ausência.
ResponderEliminar~CC~
também fico em dúvida...
Eliminarsão tempos estranhos.
tempos difíceis e sem fim à vista. Parece-me que infelizmente temos de nos adaptar...
ResponderEliminarvamos ter que ler com mais atenção o ´'Principezinho' e Não há longe nem distância' :)
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