quinta-feira, 10 de setembro de 2020

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Meu querido de todas as formas que há de querer,

os dias e as noites têm estado cobertos por um manto de calor, um calor parado que faz com que as árvores fiquem imóveis e com que o mar se confunda com o céu. terias gostado de te demorar por estas paragens, se tivesses contigo a calma dos antigos, a sabedoria de sentir o tempo como se o presente e o futuro fossem um só. mas não tens, ainda.

as pessoas deixam a praia já de noite e sobem a rua que eu desço para me encontrar comigo. a cada pedaço de caminho que faço com os pés, deixo um pedido com a alma. enquanto me sinto levar por este corpo que me permite sentir tudo o que te escrevo, peço aos seres invisíveis de bem que me mostrem os trilhos que me conduzam a um propósito que desconheço mas sinto, que me deixem sinais, que me ajudem a persistir e me fortaleçam.

acreditando que não há distância para quem se reconhece há tantas vidas, tens me aí, contigo.





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