sexta-feira, 22 de novembro de 2019

eu nela








com a mulher espelho sentada à minha frente, sinto que o que faço de melhor é o que mais me custa fazer. 
sentindo tanto o que ela sente, sinto que me dói mais a mim a vida dela, do que a ela. porque a revivo, porque a ressinto, porque a revejo.
é uma mudança
disfarço, dizendo-lhe
sabe que um corte pode ser um renascimento
digo-lhe, sabendo, e não lhe dizendo, que é dor profunda, sentindo o cansaço para recomeçar, cansada da repetição
não quero dizer que esteja a repetir o padrão
mas está
e apenas quando se amar a si mesma, respeitar os seus cansaços, os apelos da sua alma, a linguagem do seu corpo, poderá quebrar o padrão
mas não lho digo, tal me parece a banalidade, e de tão banal, que nem eu mesma sigo
















4 comentários:

  1. ainda ontem pensei nisso, sabes, por que raio é tão difícil quebrar padrões, se nós sabemos o que é preciso fazer?

    bem, devagarinho, talvez. :)

    um beijo teu coração, ana bonita. :)

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