terça-feira, 26 de novembro de 2019

aves









"Às vezes penso quem seria eu agora se não me tivesse demitido naquele ano de 2012, em plena crise…", escreveu a mulher na rede social. e eu, que sou de fácil esquecimento, trago a frase a entoar na minha cabeça e no meu coração.
vais trocar o certo pelo incerto
dizem-me por outro lado, quando falo da minha vontade de liberdade
é pouco, mas é certo
reforçam, anestesiando a minha vontade

era, naquela altura - e já lá vão algumas vidas - com a melhor das intenções, que se cortavam as penas voadoras às aves, para que não voassem alto, para que andassem rasteiras ao chão, para contrariar a sua natureza. lembro que durante esse processo, muitas vezes sangravam.
que não dói, diziam do acto, enquanto a natureza chorava sangue, enquanto a vida desandava











6 comentários:

  1. Não abra o baú das memórias incertas, enquanto elas forem feridas não cicatrizadas, Ana.
    Aliás, aquilo que não se fez, nunca se saberá se seria bom ou mau. Não adianta sentir remorso ou frustração. Mas uma coisa é certa, nunca é tarde para tentar novos voos...ainda que sejam rasantes! :)

    Um abraço.

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  2. Ah, a vontade de mudança, de voo repentino, sem olhar para trás!

    Beijo, Ana :)

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    Respostas
    1. A vontade é uma força poderosa.
      Outro para ti, Maria :*

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  3. Claro que as asas doem se forem cortadas. Mas por vezes não são e doem na mesma. Vá se lá saber...
    Mas o caminho é para a frente e não vale a pena olhar para trás para tentar saber...

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