Não estivesse eu tão cansada dos dias, de pensar, de usar óculos para ler [secam-me os olhos por detrás das lentes e pesam-me as hastes nas orelhas], de saltar de tarefa em tarefa, de já nem saber como se descansa, e talvez escrevesse um texto que parecesse um poema.
Lembro-me do espanto por amar e ser amada. Mergulhar nos olhos daquele cujos dedos entrelaçavam os meus e ter a certeza de morar ali. Agora, as minhas palavras são facas afiadas que se cravam lentamente com precisão, e não consigo parar. Escancaro a verdade que trago por dentro, sangrando, e não aceito interpretações e não me comovo.
Comover é a capacidade de entrar na emoção do outro, como se fosse nossa, e eu vou liofilizando, por dentro. Seca, mirrada, gelada.
Que é cansaço, diz-me ele, que quando me sinto assim é cansaço. Eu digo não, que é a vida, reunindo circunstâncias simultâneas para que eu veja que o que me falta sou eu mesma.
Como eu a entendo Ana, como eu a atendo. Mas não desespere.
ResponderEliminarPara si, haverá sempre um amanhã...
Durma bem. :)
Não desesperarei :)
EliminarDurma bem, também, Maria Antonieta.
que te dizer quando estou raso de palavras...
ResponderEliminarestás passado com a rasoira...
Eliminarminha querida...
ResponderEliminarsweety... :)
Eliminarescrever assim não é de quem está seco
ResponderEliminarisso que sentes vem de sentires, agradece por isso.
o resto é usar a capacidade que temos de escolher e decidir
tens razão. sou grata :)
EliminarE escreveu mesmo um poema e cheio de sentimentos porque a tristeza, a raiva e o desespero enchem os poemas como a alegria e a esperança e a felicidade. Aos primeiros a poesia é ajuda mais preciosa pois ajuda a expurgá-los.
ResponderEliminarUm abraço apertadinho (espero que em breve de corpo presente).
~CC~
(isso são boas notícias)
Eliminaroutro abraço, CC :)
Vais reencontrar-te ana. Quem sabe num daqueles passeios descansados à beira mar com os bolsos cheios de conchas e a esperança na alma :)
ResponderEliminarBeijinho
é isso mesmo que me faz falta :)
EliminarBeijinho, Maria
Tenho uma amiga que diz que não há relações, que no campo das interacções pessoais o que existem são… “ralações”; e cita Sartre quando diz que “inferno são os outros”.
ResponderEliminareu não concordo com Sartre. eu acho que os relacionamentos são escolas :)
Eliminaros outros desse inferno do sartre, na verdade somos nós, sou eu
ResponderEliminarporque a cada momento me vejo como objecto aos olhos de outros
e que sou e o que faço resulta da minha liberdade de escolha
sou livre de fazer o quiser, mas a existência de outros reduz e tem impacto nessa liberdade
ela tem razão que mesmo na 'relação' o 'inferno são outros' mas não por culpa por outro, tipo fazer-me a vida num inferno
mas pela simples existência minha e da outra pessoa
xiça, ficou palavroso, há coisas que não consigo dizer :)
Eu não concordo com Sartre :)
EliminarPara mim, o inferno são circunstâncias das quais não podemos sair