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então a mulher explica que tencionava 'enterrar' o criaturo, e, por enterrar, ela queria dizer enterrar a fotografia na mata, da forma que a tal entidade lhe tinha dito.
- e ele esquecerá de ti para sempre
mas, naquela manhã do dia que tinha destinado para o tal enterro, mudou de ideias
- afinal não vou
quando lhe lembraram que tinha pedido para ser lembrada de o fazer
- mudei de ideias
- e porquê, se andas há tanto tempo a falar nisso?
- mudei de ideias
repetia
- mas eu queria perceber
insistia
- foi esta noite
contou
- já sei que não vai entender, mas já que quer saber
introduziu
- esse 'enterro', é um trabalho de manipulação de energia, para que a vontade dele de me perseguir, desaparecesse
explica
- então esta noite lembrei-me que poderia estar a interferir no processo dele, nalgum dos seus propósitos para esta vida
- não entendo
diz a outra
- eu sabia... mas já que quer saber, é assim, ele até pode ter sido muito pior para mim numa vida anterior. sei lá, até pode ter-me assassinado, e todo o mal que me faz agora, embora sendo mal, pode ser menos mal do que o que poderá ter-me feito noutra, o que é uma evolução no seu processo, e se eu o enterro, e se eu manipulo para que ele me esqueça, estarei a impedir que ele evolua, e eu também, claro. e isto veio-me à cabeça, assim de repente, esta noite. e como sabe que eu acredito que nada acontece por acaso, olhe, mudei de ideias
a outra mulher não interrompe e não reage, mergulha ainda mais a cabeça entre os ombros, e parece-me que ouço os seus pensamentos a ruminarem incompreensões
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