terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

dos dias






foi quando senti o alívio que me trazia, mergulhar as mãos na terra, que percebi que me curaria assim, daquela forma, e, que tudo o que me afasta de mim, me faz mal, me adoece.
os meus pés estão cansados de solas de borracha, de alcatrão, a minha pele sufoca cercada de betão. toda eu tenho saudades da terra, do seu cheiro, da sua humidade, da sua fertilidade. 
não faças nada que não te faça sentido, que não sintas. não faças nada apenas por que te é exigido, imposto
disseram-me no final daquela viagem que não consegui fazer, à procura de algo que eu não sabia o que era.

as margaridas cor de fogo que há mais de um mês insistem em sobreviver na jarra da mesa, esperaram que eu entendesse que a vida encaminha-se para que, tal como uma fénix, tudo se reduza a cinzas, para renascer com o verdadeiro propósito. o que eu tinha como certo, despega-se-me dos dedos, abrindo fendas para dentro de mim.








6 comentários:

  1. "não faças nada que não te faça sentido, que não sintas. não faças nada apenas por que te é exigido, imposto".
    Por muito que até nos custe é melhor não iniciarmos viagens sabendo que não estamos de corpo e alma. Recomeços são necessários e podem ser bons. Mas são melhores quando acreditamos que estamos no caminho certo*

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    1. Às só se percebe o porquê da viagem depois de a começar.
      'o caminho faz-se caminhando', dizem alguns.

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  2. Dúvidas que se nos deparam por vezes, mas depois dormimos e acordamos e tudo para é diferente. É se não toca a rever o caminho e acertar o passo. Beijinho:)

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  3. Querida Ana, há mais tristeza agora nas suas palavras, ou sou eu que não as leio bem. Embora eu não ache a tristeza necessariamente má, às vezes abrem-se caminhos dentro dela.
    ~CC~

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    1. O Inverno é época de recolhimento. Acho que o tenho por todo o lado :)

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