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o rio parece feito de óleo ondulante e as nuvens insinuam-se em imagens grotescas, tenuemente destacadas do negro do céu. os ramos das árvores que ladeiam o meu caminho têm a forma de uma mão aberta. enquanto caminho, pergunto repetidamente qual é o sentido da vida. eu, que acredito que tudo é possível, que por vezes ouço o inaudível e vejo o invisível, que assisto a oráculos anteciparem futuros e a revelarem passados, que sei que o passado e o presente se misturam, que o que divide os mundos paralelos pode ser transparente e que lá te tenho ao meu lado, que assisto ao sofrimento que corre o mundo, à agonia da mulher doente que não quer morrer mas quer esquecer que existe, que os dias que se esgotam numa luta para apenas sobreviver, para que os outros sobrevivam, à delicadeza com que mostro um amor gritante, dou comigo a pensar que fé, é viver sem saber porquê, sem saber para quê.
a vida é uma dádiva rara... imagina que só aqui neste mundo ela existe, de tantos mundos perdidos por ai... é mesmo preciso que haja sentido?
ResponderEliminarNao acredito que seja só aqui... Mas algo tão tecnicamente perfeito tem que ter uma finalidade, um sentido.
Eliminarcada vez mais acredito que seja só aqui... e cada vez preciso menos de um sentido
Eliminarser mãe, sabes, foi o único sentido que alguma vez dei à minha vida. agora, desde que perdi o bebé, ando à procuro de algo, outro sentido, que me permita continuar a respirar.
ResponderEliminarbeijo-te, ana bonita.
Hás de ter outro bebe, menina bonita :)
EliminarBeijo-te
Viver é tão bom que nunca me ocorreu que precisasse de um sentido. É poder ver o amanhecer, o rio, o sol e a chuva, o anoitecer, um banho de mar, uma comida saborosa...
ResponderEliminar~CC~
Obrigada, CC, muito. Às vezes, de tão simples que é, que não vemos. Porém é a resposta. Obrigada por mo lembrar.
EliminarBeijo