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A minha imaginação, depois de uma biblioteca lida, não é maior do que a da minha avó que nunca leu um livro. São formas diferentes. Para mim não faz muito sentido a divisão entre alta e baixa cultura. Ouvir Bach é a mesma coisa que ouvir um regato; ouvir as ondas do mar é tão bonito como ouvir Mahler. Ouvir um texto da Bíblia, como ouvi o meu pai ler - e era a única coisa que ele lia -, é tão belo como ler Dante ou Herberto Hélder.
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Quando penso na vida, para lá de uma gratidão muito grande, o sentimento maior é o de espanto. Agradeço ter podido gastar-me, ter podido servir, servir para alguma coisa, no sentido em que foi preciso isto, aquilo. Sinto que tenho gasto a vida. Também gosto de pensar que as coisas mais fascinantes estão para vir e que o meu património é a sede, é a fome. Quero mais. Não pode ser só isto.
Tolentino, aqui
Oh, que maravilha! Vou levar para ler aos meus alunos.
ResponderEliminar~CC~
Fico contente, CC.
EliminarMaravilhoso, ana, obrigada.
ResponderEliminarPessoas destas conferem estrutura à nossa existência, há algo de porto seguro nelas. É muito bom.
:-)
São esperança :)
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