domingo, 19 de novembro de 2017

salto









    ali, na terra em que tudo é possível, em que corre com os pés nus na terra húmida e exuberante de verde, estaca perante o precipício onde se despenha a corrente solta do rio.
- tenho medo do salto
- tens medo...
riem-se dela todos os elementos e elementares da floresta
- tens medo...
- tenho medo da queda
- tens medo...
sussurram-lhe tão perto do ouvido, que se arrepia com o odor gelado do húmus.
- tenho medo da dor
- tens medo... repara no fluxo da água. chega ao precipício e não teme. ao cair torna a formar-se leito e retoma o seu curso, constrói novas margens. o teu medo é o que te impede. tens que deixar acontecer o que pode acontecer. quando é que deixaste de ler na natureza?











2 comentários: