eu observo sentindo-me um misto de deliciada com a satisfação dela, e intrusa perante o seu prazer. pergunto-lhe
- sente-se bem?
- sim, sim. agora sim...
- ah...
digo, não sabendo o que dizer
- ai, vizinha... ando com desatinos de corpo, ímpetos sem fundamento palpável. um abismar do descontrolo, a muito custo controlado. nem lhe conto
diz-me ela, contando
- não sei se é das palavras daquele que lhe falei, se é das hormonas que o laboratório diz estarem bem comportadas, não sei se é mafarrico que se me colou, e, pior de tudo, nem sei o que fazer para acalmar isto que teima em se manifestar em mim. a vizinha que anda lá pelos iogas e por aquelas práticas espirituais, sabe como me ajudar?
ora eu, que me dou melhor com as invisibilidades do que com as carnes palpáveis, não sei como a ajudar nestes assuntos carnais.
- ora, dona fernanda, dê o corpo ao manifesto
digo-lhe, dissecando mentalmente a palavra mani-festo, e servindo-lhe uma terceira fatia de bolo, pelo prazer de a ver comer.
- como assim, vizinha?
corto também bolo para mim, pois já o meu pai quando não queria falar, enchia a boca de comida
- boa esta receita. não acha, dona fernanda?
Acho que devia ser «dar manifesto ao corpo», a dona fernanda devia fazer uma manifestação :)
ResponderEliminarmas se calhar foi o que ela foi a tua casa fazer_ manifestar-se e ainda ganhou 3 fatias de bolo!, é fina ela :)
eu concordo contigo, zê :)
Eliminare quem ficou sem o bolo fui eu. uma delícia...
quer-me cá parecer que os bolos de chocolate acalmam os desatidos do corpo. Acho que vais ter freguesa :)))
ResponderEliminaracalmam, sim. estou cá eu que com-provo :)
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