pouso o olhar no mar, manso, com a tonalidade própria do marinho que é, e a que cheira. da linha do horizonte eleva-se um nevoeiro escuro dando a sensação de um outro mar, acima deste. inútil paisagem, sussurra-me ao coração, com ironia, aquela parte de mim que armazena as memórias e que desperta num som, num aroma, num toque, num paladar, no simples facto de estar viva. para quê tanto mar, para quê... se não te prolongas como antes, murmura-me. pode ser que não venhas mais, que não venhas nunca mais, continua outra eu a azucrinar a eu que passa, impávida, na marginal. de repente toda eu sou a música que desperta cá dentro. aprendo novamente a caminhar, manca. nos dias que eu trazia em mim, era a partilha que lhes dava a graciosidade, a alma. agora, neste hiato em que as tonalidades do mar não transbordam de mim, eu tento, com custo, não construir diques ao meu redor, que me tornem árida.
Igualzinho ao mar que estou a ver agora. Será o mesmo? Beijinho ana
ResponderEliminaré o mar do norte, Maria.
Eliminarbeijinho :)
Mar tão frio, para um coração que tanto me aquece.
ResponderEliminarBeijo-te Ana bonita :)
Muito obrigada, Vânia :)
EliminarÉ verdade. O mar do norte é bem frio...