domingo, 28 de maio de 2017

se um dia chegares









chove a chuva certa dos dias de quase verão. na hora do crepúsculo, a porta aberta traz o cheiro da relva molhada e o som do recolher das andorinhas, ouço o restolhar das folhas sacudidas pela água e não preciso de outro som.

tenho sido perseguida pelo imperativo de me ocupar mais com o que gosto sem encontrar o que nomear. dou comigo a pensar que no tempo que disponho, cada vez mais me apraz a minha companhia, aqueles que a minha alma reconhece, o silêncio, a partilha e a terra.

temo que se um dia chegares, eu já não tenha paixão para dar.








4 comentários:

  1. Não temas, Ana. É o medo que nos impede de nos transcendermos.

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    1. tens razão, mas parece-me que o temor é diferente do medo.

      boa segunda, Ana :)

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