em dois anos, tu chegas e mudando tudo não mudaste nada. em dois anos quis e deixei de querer, admirei-o e desiludi-me. em dois anos. em dois anos aquela criatura, querendo cortar-me os passos, amaciou o meu caminho. em dois anos, a dificuldade que eu via, deu-me a mão. em dois anos também me vi envelhecer, e em dois anos fui aceitando e acarinhando esse percurso. em dois anos conheci mundos visíveis e invisíveis, o que os meus olhos vêm embacia, e o que eu vejo torna-se nítido. em dois anos, os filhos que julguei criados, tornaram-se meninos e pedem colo, a mãe que me criou, pede amparo. em dois anos, percebi que a distância e a ausência podem ocupar mais espaço do que a presença. em dois anos percebi que a falta mede-se pela alegria que se perde, que o mais importante do conhecimento é o que se faz com ele, senão não passa de um acumular de inutilidades. em dois anos percebi que quando eu mudo, tudo muda à minha volta, compreendi porque o que prega o frei tomás não é invalidado pelo que ele não faz. em dois anos aprendi a ouvir a linguagem dos elementos e que o que fazemos pensamos sentimos falamos, com o coração, chega mais facilmente aos outros, a tudo. em dois anos entendi que a alegria e gratidão são a mesma prática espiritual e que a terra é uma entidade sagrada que deve ser reverenciada. em dois anos senti que aceitar alimento é uma prova de confiança cega, e que cozinhar é transformar, nutrir, confortar, multiplicar, parir.
nos próximos dois anos vou aprender a dizer adeus e não e o amor.
Quando souberes dizer "adeus" ensina-me :) o "não" já o consigo fazer há muito, por sobrevivência
ResponderEliminarbeijinhos ana :)
quando eu souber vou fazer workshops e ficar rica...
Eliminarbeijinhos, vizinha.
em dois anos só desaprendi a aprender (e vice-versa). não digas não, nem adeus, nem o coiso
ResponderEliminarbeijogrande
os passinhos a caranguejo também valem.
Eliminarachas que não diga? mas o não dá tanto jeito...já o resto...
beijograndegerontinho
Dizer adeus torna-nos mais felizes mas também mais solitários, as escolhas têm de ser muito certeiras. Beijinho ana
ResponderEliminarpor vezes é preciso, Maria, por nós e pelos outros.
Eliminarbeijinho, Maria :)
Com sorte não vais. Não digas adeus, nem não, nem isso. Não há borracha! Mas também não é preciso desaprender do bom que temos :)
ResponderEliminara sorte dirá, conta corrente :)
Eliminarboa quarta :)