sexta-feira, 28 de abril de 2017

das noites e das manhãs






não consegui entrar em ti. para seguir as coordenadas do coração, não posso desviar-me da essência, dizem eles apontando o dedo para o resultado do último teste. a cada etapa, uma nova armadilha. 
toda a noite caiu chuva dentro da minha cabeça. não fosse não ter ouvido os pingos no varão da varanda, teria a certeza de que tinha chovido a noite toda.

não tenho necessidade disto - foi o primeiro pensamento da manhã - mas quando repousava as mãos na massa, ecoou-me que se assim não fosse, não o vivia. 

coloque-se de fora e olhe para a sua vida - dizia eu há dois dias àquela mulher que ao entrar, pousou o coração na mesa. eu sabia que ela não vinha por acaso. nunca vêem. sentam-se em frente a mim, e levantam o pano do espelho que nem sabem que trazem com elas.







15 comentários:

  1. Acabo de me lembrar do que quero para o futuro.

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    1. e agora fiquei eu a pensar sobre o que quero eu...e não sei...
      bom dia, Ana

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    2. Bom dia Ana! Às vezes, mas só as vezes, a resposta não importa. O que interessa é a pergunta!

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    3. costumo dizer isso muitas vezes, Ana :)
      bom fim de semana

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    4. Por acaso não vives a Norte, não Ana?

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    5. E um email tens? E um convite para café aceitas?

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    6. Ana, a condição principal para que este blogue exista é o anonimato :)
      muito obrigada :)

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    7. obrigada Ana. guardarei o teu email :)

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  2. eu também não estou a conseguir entrar! Tiro o meu do peito e coloco-o na mesa ou numa gaveta...ou apenas deixo-o estar esperando que se sentem à minha frente!!! tantas perguntas e nenhuma resposta!

    bom dia Ana

    -___-

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    1. quantas temos as respostas mesmo antes das perguntas e não as ouvimos :)

      boa tarde, Moon

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  3. embora não a conheça e daí não entender o que originou as entrelinhas do seu texto, amei-o pois parece-me escrito com muita magia, subtileza e verdadeiras emoções.

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    1. muito obrigada, Mãe Maria, por ter visto o que não está lá.

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