segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

pontuação









nesta nossa forma de comunicarmos, concluo, de repente, que o que mais me enerva é a pontuação. não as palavras cuidadosamente escolhidas, ou deixadas correr sem reflexão. não os temas nem o desenrolar disparatado do fio de um desejo de bom dia. não a ausência de voz, nem o limite da distância. não a impossibilidade de te enquadrar no que te rodeia, mas a pontuação. ter que utilizar um ponto de interrogação em vez de um arquear de sobrancelhas, o ponto de exclamação em vez do brilho no olhar, as reticências em vez de um suster de respiração, de uma ânsia de continuidade, as virgulas em vez de um toque na tua mão, o ponto final em vez de me virares as costas. e para este frio que nasce por dentro, ainda não encontrei pontuação que sirva.













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