dizia a minha avó - se aquilo que a gente sente, cá dentro tivesse voz... - e raramente completava o poema. caminho lentamente debaixo de chuva forte, enquanto as outras pessoas se abrigam, arrepiadas. só eu sei o efeito da chuva em mim, da água que cai do céu e me faz voar sem que se veja.
depois, chego a casa e o mundo pousa-me nos ombros e amarrota-me o coração. eu respiro fundo e agradeço a vida que tenho e peço ao meu peito que não se enredemoínhe. mas nem sempre ele me ouve e transforma-se naquele buraco negro que quer engolir o universo e quer-me engolir a mim também.
então, eu procuro pontinhos de esperança aqui e ali, e lentamente inverto o processo. só que é cada vez mais lentamente, muito lentamente. a esperança é cada vez mais uma estrada de água, uma lua ausente, estrelas desenganadas. então repito para mim mesma, o bem vence sempre, o bem vence sempre, o bem vence sempre, até adormecer.
a minha avó chamava-se dulce esperança, acho que herdei a intenção do nome dela, e esta descoberta, agora mesmo, neste momento em que escrevo, faz-me sorrir e dá-me esperança, dulce.
oh ana, essa tua fé é inabalável. partilha um pouco comigo, sim? eu preciso de um pedaço do céu.
ResponderEliminarao ler-te, sabes, fico com vontade de ser um pouco mais igual a ti.
deixo-te um beijo no coração, ana bonita. :)
às vezes é a única coisa que nos sustenta...essa fé!
ResponderEliminarboa tarde
dulce esperança é um nome muito belo :)
ResponderEliminarmenina bonita, dizia a minha avó - se aquilo que a gente sente cá dentro tivesse voz... - não queiras ser como eu, nem penses nisso...
ResponderEliminarbeijo nas estrelas que brilham nos teus olhos
sem duvida, criança da lua, diz o povo e com razão, a fé é que nos salva :)
ResponderEliminara dulce avós era muito sábia, Hury. ter-te-ia feito bem :)
ResponderEliminar(doida que só visto)
Há uma tira do Calvin em que ele diz,pendurado num balão, que "Nunca nada é tão mau que não possa ser pior". Quando desanimo, penso recorrentemente nestas palavras. Ainda ontem, em conversa com uma amiga e colega de trabalho, as repeti, para lhe dar alento e para ganhar também um pouco.
ResponderEliminarTalvez nada seja por acaso (eu costumo dizer que me recuso a aceitar que a nossa vida possa estar determinada pelo destino), por isso a(re)descoberta do nome da tua avó seja o estímulo para continuares.
Fica bem, ana. Beijo
Deveríamos todos ter uma fé assim ana.
ResponderEliminaracredito nisso, deep. obrigada :)
ResponderEliminarbeijo e boa quarta-feira para ti
oh...Maria, tenho muita ajuda, muita :)
ResponderEliminarbeijo
Com uma avó com esse nome, estás antecipadamente salva, é de certeza uma das tuas estrelas.
ResponderEliminar~CC~
sim, CC, estou certa disso, de que é uma das minhas estrelas. já quanto a estar antecipadamente salva...duvido :)
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