domingo, 22 de janeiro de 2017

da invenção da saudade









“Tenho-me lembrado deles. Dos nossos primeiros antepassados, do tempo em que se inventaram as saudades. Os primeiros com consciência suficiente para sentirem a falta do sol. Para se regozijarem no seu regresso. Dos nossos primeiros antepassados capazes de observar que havia um padrão: apesar de numa dada estação os dias se tornarem mais curtos e frios, o sol acabava por se revelar invencível, e voltava sempre a aquecer os seus corpos e a garantir a sua sobrevivência. Graças à tribo, passaram o conhecimento desse padrão às gerações vindouras.

E assim, além das saudades, do medo e da alegria, se inventou a confiança.

(…)”



Fábio Barbosa, na Ophiusa











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