sábado, 7 de janeiro de 2017

Careca







Com a cabeça a arrebentar de dor, escapo-me para a casa de banho, ponho um ben-u-ron na boca, abro a torneira do lavatório e vejo que a água corre castanha da torneira, quando já tenho a boca cheia. Deito-a fora e fico com o comprimido em papas na boca.
Como um saco de miolo de nozes enquanto percorro a auto-estrada e agora estou sentada num centro comercial a comer uma tosta mista. A dor começa a passar.
(Uma senhora na mesa ao lado tem um olho roxo.)

Sentes-me?

Hoje fizeram-me lembrar o que eu costumava dizer, que aceitar a nossa fragilidade permitindo que nos ajudem, é dar a oportunidade aos outros de crescerem, e de crescermos também nós. E crescer dói, estamos carecas de o saber.

Onde estás?







8 comentários: