Fez um acordo com ele:
Descansar
De cada vez que se sentir dispersar, regressar à terra, ao
momento presente
Todos os dias deixar-se dispersar durante algum tempo
Caminhar à beira-rio ou beira-mar 10 minutos por dia
Em vez de repudiar a dor ou o desconforto, tentar primeiro
perceber o que lhe vem ensinar ou alertar, e integrar
Começar a distinguir as vozes dentro da sua cabeça
Não dar espaço ao medo
- tudo isto tu já sabes, mas tens andado a fazer de conta. Agora
apanhas no pelo. – diz o homem rude, enquanto procura peças de automóveis no
olx – eu sei que não é fácil para ti viveres aqui, relacionares-te com as
pessoas. Tu és muito sensível e és magoada, depois fechas-te, como uma ostra. Então
nunca estás presente, conversas e falas e respondes, mas nunca estás cá. Por isso
esqueces tudo. Agora, quando sentires que te ausentas, regressas, esta é a vida
que te propuseste vir viver e é aqui que tens que estar.
Ela olha para ele enquanto desliza o dedo no ecrã. Aquele homem
atarrecado tem curado mulheres – só mulheres – diz ele – os homens não querem
nada comigo. Ou então ficam logo bons e não voltam mais, como o outro que era
impotente, se não tivesse ficado bom, tinha cá vindo e dito ‘ó amigo, olhe que
isto afinal…’ – e ri-se. Quando se ri parece Garfield, o gato. – o que eu faço
vale milhões, olha o que eu te digo, e em vez disso ando aqui a contar tostões,
a ver como hei-de pagar as contas.
Ele gosta de falar com ela. Entendem-se. Às vezes ela chama-lhe mafarrico,
ele chama-lhe belzebu.
Nunca lhe parece que a vida que vive possa ser dela, talvez
por isso escreva na terceira pessoa.
às vezes entro nos teus enredos e fico lá sentado num canto a ouvir...
ResponderEliminarsenta-te aqui, está escuro...
ResponderEliminarhoje nã vou conseguir ficar e escrever pela calada da noite... mas volto depois para ouvir e alimentar os pássaros
ResponderEliminarQuando voltares para alimentar os pardais, rega as violetas, por favor. Não tenho tempo e as flores começam a murchar.
Eliminar