domingo, 4 de dezembro de 2016

a ave




























vem de lá de fora o canto da ave que ouço enquanto acordo. não lhe reconheço o modo de soltar os trinados, não é ave costumeira nestas redondezas onde normalmente são os melros, as gaivotas e o som áspero das pêgas que rompem por entre o roncar dos carros e das motas domingueiros.

não o avisto, não lhe sei o nome, ouço-lhe o cantar. se o visse e soubesse o nome, modificaria o que ouço e o prazer que me dá?













6 comentários:

  1. se eu, em vez de ana me chamasse alberta, o que escrevo seria diferente?
    acho que não.
    :)

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  2. o sentido da visão altera as coisas... sim, se soubesses, tudo mudava!

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  3. Não, ana. Penso que o nome não determina quem somos, menos ainda o que sentimos.

    Ocorreu-me uma estrofe do Drummond:

    «Mundo mundo vasto mundo,
    se eu me chamasse Raimundo
    seria uma rima, não seria uma solução.
    Mundo mundo vasto mundo,
    mais vasto é meu coração.»

    Boa semana, ana. :) Bj

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  4. realmente Hurican, desde que te vejo a caveira...até sonhei que me morria um corvo na varanda... cruzes...

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  5. é isso mesmo, deep. mais vasto é o meu coração :)
    beijo

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