tão habituada que estou ao silêncio,
que fico atordoada com a pessoa que,
frente a mim,
dispara palavras e ideias em todas direcções.
o corpo está-me cheio de tristeza, e foi assim sem saber como. primeiro um cansaço, depois uma distracção, uma palavra à toa, e de repente as mãos. acho que a tristeza começa pelas mãos a não quererem fazer nada, então, o corpo vai todo num arrasto, num esforço, e os lábios curvam, e as pálpebras tombam, e o peito encolhe e de repente parece que uma aranha me embrulhou na sua teia, teia de tristeza.
então eu lembro-me do ar da manhã e finjo que durmo, e tudo dentro de mim procura o ar com sabor a azul. mas há dias em que eu não me basto, então olho à volta, mesmo com os olhos fechados, e tento abrigar-me dentro de mim. nem sempre consigo.
Os dias com sabor a azul quase sempre nos fazem sair de dentro de nós. Sabem bem :)
ResponderEliminarlembro-me daquela música que se chama felicidade do Vinicius, e que começa assim:
ResponderEliminarTristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor
ou entrar dentro de nós :)
ResponderEliminarbom dia Maria!
gosto mais, do mesmo:
ResponderEliminarÉ melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
(manda-me chuva, Hurican... eu prometo-te uns sonhos...)
ou esta:
ResponderEliminar"vai, minha tristeza
diz a ela
que sem ela não pode ser".
Laura,
ResponderEliminar"a minha alegria é o aroma de tangerina nos dedos,
comer aos gomos a paisagem
e limpar depois
a boca
à manga do espanto."
(não é nada meu responder a comentários com poemas :))
diz-me se já chegou :)
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