sábado, 12 de novembro de 2016

falta









enquanto, pela mão do joão, vejo isto, com o coração na garganta, pergunto-me porquê esta sensação de tristeza pela morte de alguém não conheço. é a perda irremediável, é a morte. é o não poder fazer o que não foi feito. é a impotência. é o e agora?. és tu.

como se na morte dele estivesse tudo o que não fiz, tudo o que posso perder, assim, enquanto pasmo sentada no sofá a olhar para pardais. enquanto gasto os dias com pouco mais do que trabalho. 

[nunca fui a um espectáculo, nunca comprei um disco ou cd, nunca li um livro dele.]

a maré espalha um cheiro a lodo pela cidade. falta-me a maresia.















4 comentários:

  1. "como se na morte dele estivesse tudo o que não fiz,..."

    É isso mesmo, isso mesmo.

    Bom fds :)

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  2. pois é. e não há meio de aprendermos...

    bom fim de semana, conta corrente :)

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  3. Também me acontece, ana. "Sofri", se é verbo que se possa usar em relação a alguém que não conecemos de facto, bastante com o Bowie, o Sassetti e, curiosamente, mais ainda com a Lhasa.
    É isso: o irremediável.

    Bom fim de semana, ana. Beijos

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  4. é uma tristeza que impedimos de ser sofrimento, por não ter lógica...
    sim, é o irremediável.

    bom fim de semana com mau tempo à porta :)
    beijinho, deep

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